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CRMG no Correio Popular

Empresa dá destino social ao e-lixo

CRMG Network e Security investe em projeto de descarte responsável dos resíduos tecnológicos

Fabiano Ormaneze
ESPECIAL PARA A AGÊNCIA ANHANGUERA

Até parece um depósito, mas não é. Ao entrar na sede da CRMG Network e Security, o visitante vai se deparar com computadores, monitores e CPUs amontoados num canto. Mas não se trata de um lugar para guardar máquinas antigas, sem utilidade. Pelo contrário: ali, por meio do projeto Tecnologia da Informação Verde (TI Verde), mantido pela empresa, aqueles equipamentos, que poderiam se tornar exemplos de lixo tecnológico, ganham uma nova função: depois de reparados e de passarem por readequação, vão montar redes de computadores e serão doados a organizações não governamentais (ONG). Com isso, a CRMG ajuda a dar destino à parte daquilo que seria descartado pelas empresas para as quais presta serviço e ainda promove a inclusão digital. 

A proposta de reaproveitar as máquinas surgiu de uma constatação do diretor técnico da CRMG, Carlos Roberto Monteiro Guimarães Filho. Ele começou a perceber, em parte pelos alertas de instituições ligadas à causa do meio ambiente, que, ao modernizar a área de informática, muitas empresas não têm um local adequado para o descarte dos equipamentos antigos. Geralmente, a cada dois ou três anos, as inovações tecnológicas e o surgimento de novos programas tornam necessária a compra de máquinas mais modernas. É o que tem ocorrido, com grande frequência, com a migração dos monitores convencionais para os modelos de LCD. 

A maior parte das empresas, inclusive, desconhece a possibilidade de recuperar os computadores. “A maioria tem um depósito de velhos equipamentos. Isso porque já há casos em que os próprios recolhedores de sucata não querem mais os equipamentos, principalmente, os monitores, porque não há o que fazer com certas partes, como o vidro”, explica o diretor. A CRMG, além de receber doações de empresas, também é procurada por usuários domésticos, até porque quem consegue vender para recolhedores de sucata desanima-se com o valor pago: cerca de R$ 0,10 por quilo. “É muito mais vantajoso recuperar e doar a quem precisa”, diz Guimarães Filho. 

A primeira estação de trabalho, formada por um servidor e seis estações interligadas em rede, está sendo montada pela CRMG na Associação para o Desenvolvimento do Autista de Campinas (Adacamp). O processo é simples: os computadores antigos, que seriam descartados, são transformados em terminais de acesso que têm apenas a função de ser uma ponte até o servidor, que é um computador com condições um pouco melhores, mas também reaproveitado. Os terminais de acesso, portanto, não precisam de um disco rígido (HD,  hard disk em inglês), pois toda a memória e o processamento são concentrados no servidor.

“Essas estações de trabalho recuperadas atendem normalmente os usuários, seja na área administrativa, em aulas de informática, consultas escolares ou qualquer outro programa ou projeto de inclusão digital”, lembra Guimarães Filho. 

Adacamp

Para Bel Camargo Lima, diretora de marketing da Adacamp, a doação trará mais qualidade aos serviços prestados pela entidade. “Participar desse projeto será de grande valor para nós. Faremos a instalação de jogos usados em atividades terapêuticas e isso certamente trará avanços. Além disso, será um local para pesquisas dos nossos funcionários, que terão acesso mais fácil a artigos científicos e a resultados de pesquisas sobre o autismo. A melhoria será para todos e, inclusive, para o meio ambiente”, diz. 

Quando o projeto entrar em ação na Adacamp, na semana que vem, será a primeira conquista em dois anos de trabalho da CRMG. Outras três estações já estão em condições de ser doadas. A entidade precisa apenas se comprometer a ter um espaço para implantação da sala de informática.

SAIBA MAIS

As entidades interessadas no projeto TI Verde e a empresas que queiram ser parceiras ou fazer doações devem entrar em contato pelo telefone (19) 3252-4906.

Metal pesado prejudica saúde e a natureza

Dados do Greenpeace mostram que, anualmente, são descartadas entre 20 e 25 milhões de toneladas de produtos eletrônicos e a grande parte disso ganha um destino errado. Equipamentos como computadores e celulares contêm materiais pesados e tóxicos, como o mercúrio, o chumbo, o cádmio e o arsênico. Por isso, eliminar esses equipamentos em lixões comuns pode gerar uma série de riscos de contaminação às pessoas, à água e ao solo. Apesar de não haver um dado mundial sobre a quantidade de equipamentos tecnológicos que são reaproveitados, o Estado de São Paulo é uma prova de que, se a evolução dos equipamentos é extremamente veloz, quando o assunto é reaproveitamento, os passos são os mais vagarosos possíveis: pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) indica que apenas 10% dos computadores são reciclados. (FO/AAN)

ONU faz apelo mundial para tentar conter o crescimento

A CRMG Network e Security trabalha com uma preocupação mundial, alvo até mesmo de apelos da Organização das Nações Unidas (ONU), que, em fevereiro deste ano, pediu medidas urgentes contra o crescimento do lixo de origem eletrônica em países emergentes, como o Brasil. Ela considera o fato um problema grave para o meio ambiente e, principalmente, para a saúde pública. 

O apelo foi feito durante evento organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), realizado na Indonésia. A China e a Índia são os dois países que mais precisam tomar providências em relação ao descarte, mas Brasil e México também foram citados como nações que já convivem com o problema e podem sofrer consequências graves nos próximos anos. 

Os estudos do Pnuma estimam que, daqui a uma década, os resíduos procedentes de computadores abandonados crescerão 50% na Índia e 400% na China. A quantidade de celulares abandonados, em 2020, deve ser pelo menos 18 vezes maior do que a atual entre os chineses. O número de televisões e geladeiras descartadas será pelo menos dobrado.  (FO/AAN)